Ferramenta eletrônica é desenvolvida pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal para mostrar estados e municípios onde há ações de inclusão de bancários entre público prioritário para imunização.
Em algumas cidades, trabalhadores começam a receber vacina por iniciativas locais. Estudo feito pelo Dieese a pedido da Fenae revelou que percentual de aumento de mortes de bancários da Caixa mais que triplicou
A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) lançou, na última sexta-feira (25), o “mapa da vacinação” contra a covid-19. A ferramenta eletrônica mostra os estados e municípios onde há ações de inclusão de bancários entre o público prioritário para imunização. Em algumas cidades, os trabalhadores começaram a receber a vacina por iniciativas locais.
A vacinação dos bancários da Caixa — que permanecem à frente do pagamento do auxílio emergencial e de outros benefícios sociais para mais da metade da população — tem sido solicitada ao governo federal, pela Fenae e outras entidades sindicais, desde o início da pandemia. Contudo, e apesar das mortes de trabalhadores do banco terem mais que triplicado, não houve posicionamento do Executivo federal para a inclusão da empregados da estatal no grupo prioritário de vacinação.
“Estes trabalhadores fazem parte das categorias essenciais, indispensáveis ao atendimento à população durante a pandemia”, destaca o presidente da federação, Sergio Takemoto. Em abril do ano passado, o Decreto 10.329 incluiu os serviços bancários entre as atividades essenciais no país. Desde então, os empregados da Caixa pedem ao governo para entrar no grupo de vacinação prioritária pelo Plano Nacional de Imunização (PNI) do Sistema Único de Saúde (SUS).
Até o momento, o “mapa da vacina” registra 95 cidades de 14 estados com ações para a inserção dos bancários no grupo prioritário para vacinação contra a covid. No estado do Pará, por exemplo, o processo de imunização começou em Breves, Ilha do Marajó, Soure, Concórdia do Pará, Marapanim e Cachoeira do Piriá.
Conforme lembra Takemoto, só este ano a Fenae enviou dois ofícios ao Ministério da Saúde reforçando o pedido de vacinação da categoria. “Os bancários estão mais suscetíveis à contaminação pela Covid-19 dado o atendimento ocorrer em ambiente fechado, com manipulação de cédulas e documentos que passam por várias pessoas”, ressalta o dirigente.
Nesta semana, um estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos (Dieese), a pedido da Fenae, revelou que o percentual de aumento de mortes de empregados da Caixa chega a 254% quando comparados os primeiros quadrimestres de 2020 e 2021.
Embora o estudo não atribua todos os óbitos à contaminação pelo novo coronavírus, a quantidade de mortes de trabalhadores da estatal cresceu exponencialmente durante a pandemia: foram 46 falecimentos nos primeiros quatro meses deste ano contra 13 no mesmo período de 2020. O aumento (254%) é mais que 70% superior ao índice geral de óbitos no universo bancário (147%), nestes períodos.
De janeiro do ano passado a abril deste ano, um total de 108 empregados da Caixa perderam a vida. Quando considerados os demais bancos, este quantitativo chega a 531.
“Não se pode fechar os olhos para mais de 100 bancários da Caixa mortos em pouco mais de um ano. Só nos quatro primeiros meses de 2021, perdemos 46 colegas”, lamenta Sergio Takemoto. “São 46 famílias que ficaram sem seus parentes: trabalhadores que se dedicaram a servir ao país e faleceram nesta terrível realidade enfrentada pelos empregados da Caixa e pelos brasileiros”, acrescenta o presidente da Fenae.
Na última semana, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei (PL) 1011/2020, incluindo os trabalhadores da Caixa Econômica e de outros bancos no grupo prioritário de vacinação contra a covid-19 pelo SUS. O PL seguiu à votação no Senado.
O “mapa da vacinação” pode ser acessado também aqui.